sexta-feira, 23 de setembro de 2011

ERRO DE PORTUGUÊS

Quando as Paniquetes chegaram

Fosse debaixo de uma bruta chuva

Vestiriam a “RedeTV!”

Que massa!

Foi uma manhã de Sol

A “RedeTV!” despiu

As Paniquetes.





(Não entendeu nada? Sinal de que você assiste a muito “Pânico na Tv”)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

TEMA LIVRE


Livre
Livre eu sou
Sou
Sou livre
Livre para ler
Livre para ver
Livre para crer
Livre para ser
Sou
Livre sou
Sei
Sei
Livre para ser
Livre pra viver
Livre pra saber
Que livre não serei.


sexta-feira, 20 de maio de 2011

O CASO DO AÇÚCAR*

Eram duas horas da manhã. Todos meus colegas da república em que eu morava estavam no baile de carnaval. A cidade de Ouro Preto inteira estava festejando nas ruas, e eu, como de praxe, permanecia em casa, estudando. Na verdade, sempre fui assim, reservado , e não curtia festas. Mas naquele dia, com uma pilha de livros à minha frente e o som das músicas carnavalescas a alguns quarteirões dali, ao imaginar as pessoas se divertindo, pulando e cantado... Eu me senti sozinho como nunca.

Eu estava com a cabeça deitada sobre os livros espalhados pela mesa, de olhos fechados, quando ouvi baterem na porta. Estranhei de imediato, afinal ainda era cedo para algum de meus colegas estar voltando da festa. Perguntei quem era.

- Sou sua vizinha. Por favor, abra a porta.

Abri a porta sem pensar. Não me arrependi. Era uma garota linda, de rosto encantador. Olhá-lo por muito tempo, entretanto, se tornava difícil pelo fato dela possuir um corpo ainda mais perfeito. Vestida de camisola e shortinho de cetim brancos com estampas multicoloridas de coelhinhos, muito provavelmente um pijama, era possível observar as curvas capazes de prender atenção de qualquer um. A visitante também calçava uma sandália de borracha e carregava consigo uma xícara.

- Quem é você? Perguntei. Você não deveria estar na rua, festejando como todo mundo?

- Ah, desculpe por eu estar batendo a essa hora. Sou a sua nova vizinha, vou iniciar o curso de medicina da Federal daqui e vou morar na república aqui do lado. Posso entrar?

- Sim, claro. Enquanto ela entrava, tive a oportunidade de observá-la por trás, da cabeça aos pés. Ela era maravilhosa.

- Pois bem, disse ela, eu não estou na festa porque não posso. Eu estava estudando citologia. Sabe, né, eu preciso revisar um conteúdo antes do meu curso começar. Mas no meio do estudo eu me senti entediada, e então resolvi fazer um bolo pra relaxar um pouco. Daí eu vi que o açúcar havia acabado, e pela janela eu percebi que a luz daqui estava acesa. Como era a única casa com alguém, eu pensei, sabe, em pedir uma xícara de açúcar emprestado.
- Puxa, que história. É uma grande coincidência você também estar estudando. Devemos ser os únicos da cidade a estar fazendo isso em pleno carnaval.

Ela concordou e sorriu. Eu não sabia mais o que dizer ou fazer. Ela havia se sentado no sofá, alguns metros à minha frente, e cruzara as pernas. Era uma imagem hipnotizante.

- E então, retomou, não vai me dar o açúcar?

- Tudo, quero dizer... Claro!

Ela não se levantou para me entregar a xícara, apenas ergueu a mão para que eu fosse buscá-la. Pude reparar que à medida que eu me aproximava, ela recuava a sua mão alguns milímetros, como no intuito de fazer-me aproximar cada vez mais. Enfim eu apanhei o objeto e a ouvi dizendo um “obrigado, você é um amor”.

Na cozinha, enquanto eu procurava o açúcar, ouvi-a comentar (da sala) “Está calor, né?”. Respondi um “uhum”. Minha mente sequer conseguira entender o que ela dissera. Em meu pensamento só existia espaço para a última coisa observada por mim momentos antes de apanhar a xícara: seu decote. Embora vestisse um pijama, a vizinha parecia estar usando um sutiã, que, aliás, estava de parabéns por deixar seus seios inacreditavelmente belos e volumosos.

- Vai demorar com o açúcar?

- Já estou indo.

Quando voltei para a sala, não pude acreditar no que via. Tamanho foi o susto, que acabei por deixar a xícara cair de minha mão e quebrar-se ao chão, espalhando açúcar. A garota estava seminua na minha frente – havia retirado a camisola. Acima da cintura a única peça de roupa existente era o sutiã.

- O que você pensa que está fazendo? Novamente eu estava sem saber o que fazer ou dizer, envergonhado por deixar cair a xícara e surpreso com o fato inesperado (daí a minha pergunta idiota).

- Eu não sei, acho que estou passando mal... Respondeu. Desculpe-me por ter tirado a camisola. Ai, ai, ai, meu senhor...

-O que foi?

- Eu acho que estou com febre. Estou tendo tontura, me ajuda!

- O que você quer que eu faça?

- Que pare de fazer perguntas e venha ver se eu estou com febre. Ponha a mão no meu pescoço

Naquele momento eu realmente não acreditava que aquilo pudesse estar acontecendo. Em filmes, talvez, ou até pra algumas pessoas na vida real, tudo bem, a cena não seria impossível - e os garotos que dela fazem parte se dariam bem. Mas comigo, que era tímido... Seria a primeira vez em que eu tocaria em uma mulher sem camisa (ainda que fosse apenas no pescoço dela).

Quando a toquei não consegui sentir nada. Nem frio nem calor no seu pescoço.

- Estou com febre?

- Não, eu não sei. Respondi

- Ah, meu senhor...
- O que foi agora?

- Meu coração, sinto que está disparando. Acho que estou prestes a ter um ataque. Sinta-o!

- Ãh?

- Por favor, sinta meu coração. Ela disse, enquanto posicionava minha mão direita sobre seu seio do lado direito. Ela tremia.

Eu definitivamente não sabia o que fazer. Qualquer um de meus colegas de faculdade consideraria um prêmio estar no meu lugar, com aquela garota, e naquela situação. Eu, no entanto, inexperiente, permanecia imóvel.

- E então, e meus batimentos? Estou alterada?

“Está sim”, apenas pensei. Por eu não falar nada, acredito eu, ela apertou a sua mão sobre a minha (que já estava sobre ela) deixando, assim, a maior parte de minha mão cobrindo o seu “coração”. E com força.

- E agora, você está sentindo?

- Não, eu não consigo sentir nada! Eu não entendo.

- Então ouça-o, venha, aproxime o seu rosto.

Não foi preciso me aproximar muito para começar a ouvir as batidas. No entanto, elas estavam estranhas. Subi meus olhos para olhar para a garota, observei-a por baixo. Então me aproximei ainda mais de seu corpo, e o barulho tornou-se mais forte. Mas aquilo não era o som de um coração batendo...

Bum, bum, bum! Acordei num susto, seis horas da manhã. A luz do dia já raiava forte e entrava pela janela para iluminar a sala, quando ouvi novamente baterem na porta.

- Gian, somos nós, abra a porta! Gritaram.

Quando abri, lá estavam todos os meus cinco colegas de república.

- Cadê a chave de vocês? Perguntei.

- Nós não levamos a nossa, pois contávamos com a de Chico. Respondeu um deles.

- É, mas esse burro fez o favor de perdê-la na festa. Disse outro.

- Não é culpa minha! Eu estava muito ocupado com aquela morena e nem percebi quando ela caiu do meu bolso. Defendeu-se Chico.

- E eu posso imaginar a hora exata em que você perdeu essa chave. Brincou um terceiro colega.

- Tá bom, tudo bem! Entrem de uma vez. Falei.

- Cara, todos os livros ainda estão aí. Como você consegue ser tão Nerd? Aposto que você dormiu aqui na sala, enquanto estudava.

- Prefiro que me chamem de “preocupado com o futuro”, ao invés de Nerd. Respondi.

- Que seja. Sei apenas é que agora eu vou dormir. Falou! Disse e subiu para o andar dos dormitórios. Os outros me desejaram um “bom dia” e o seguiram.

Olhei ao meu redor, senti dor de cabeça. Agora, o que eu não acreditava era que aquilo tudo não fora real, mas apenas um sonho. Um simples sonho. Forte foi a vontade de voltar no tempo, para vê-la novamente. “Aquela garota nunca existiu?”, perguntei-me. Tive, então, que me contentar com a verdade, e prossegui triste ao meu quarto, pisando forte, quando senti uma dor sob o meu pé esquerdo. Ele estava sangrando. Fora perfurado por um caco de vidro grande, curvo, de uma xícara.













[*obs.: são duas horas da manhã, e estou quase dormindo aqui, por isso não deu pra eu revisar o texto. Então, favor desconsiderar os erros gramaticais.]